Recursos para Educadores
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O artigo "Population-Based Disease Odds for E-Cigarettes and Dual Use versus Cigarettes", publicado no NEJM Evidence por Glantz e colaboradores, realiza uma meta-análise envolvendo 107 estudos, a fim de estimar os riscos de saúde associados ao uso de cigarros eletrônicos, uso combinado de cigarros eletrônicos e tradicionais, e ao uso de cigarros convencionais. Os autores concluíram que o uso de cigarros eletrônicos pode estar associado a riscos significativos à saúde, muitas vezes subestimados. Eles destacaram que o uso de cigarros eletrônicos aumenta o risco de doenças cardiovasculares, derrames e disfunções metabólicas, em níveis semelhantes aos associados ao uso de cigarros convencionais. Além disso, os riscos de doenças como asma, doença pulmonar obstrutiva crônica e doenças bucais são substanciais, embora menores do que os riscos associados ao uso de cigarros convencionais. Para os usuários que combinam o uso de cigarros eletrônicos e convencionais, os riscos de doenças são ainda maiores do que para os fumantes de cigarro convencional.
Após a publicação do artigo, dois grupos de leitores apresentaram críticas à validade das conclusões dos autores, argumentando que estas podem ser prematuras e baseadas em uma interpretação inadequada das evidências epidemiológicas. Uma das principais preocupações levantadas é que os cigarros eletrônicos são uma categoria de produto relativamente nova, sendo mais comum entre pessoas com menos de 40 anos.
Glantz e colaboradores esclareceram que não desconsideraram os estudos de biomarcadores, mas destacaram que os cigarros eletrônicos expõem os usuários a uma mistura diferente de toxinas em comparação aos cigarros convencionais, o que pode explicar por que os riscos de saúde associados ao uso de cigarros eletrônicos são maiores do que o esperado com base em biomarcadores limitados. Eles também responderam às críticas metodológicas, afirmando que as ferramentas de avaliação de risco utilizadas foram apropriadas e que os estudos incluídos na meta-análise foram classificados como de baixo risco de viés.
GLANTZ, Stanton A.; NGUYEN, Nhung; OLIVEIRA DA SILVA, Andre Luiz. Population-based disease odds for e-cigarettes and dual use versus cigarettes. NEJM evidence, v. 3, n. 3, p. EVIDoa2300229, 2024.
An Exchange about “Population-Based Disease Odds for E-Cigarettes and Dual Use versus Cigarettes”; DOI: 10.1056/EVIDe2400220; acessível em: https://evidence.nejm.org/doi/full/10.1056/EVIDe2400220
Nas Filipinas houve um aumento de 29% no preço dos cigarros, que foi introduzido pela Lei 11346 em 2019. Utilizando dados locais, o estudo avaliou os efeitos tanto para o sistema público de saúde quanto para a sociedade em geral. Para o sistema de saúde público, o aumento de preço ajudou a evitar cerca de 1.961 mortes relacionadas ao tabaco e economizou aproximadamente 34.571 anos de vida ajustados por deficiência (DALYs). Isso resultou em uma economia de cerca de USD 367 milhões em custos de hospitalização e receita adicional de impostos para a saúde.
Quando se considera também as perdas de produtividade e os custos adicionais de hospitalização, a economia total foi de USD 415 milhões. O aumento do imposto gerou uma economia de USD 10.612 por DALY evitado para o sistema de saúde e USD 11.955 por DALY evitado para a sociedade como um todo. Além de gerar receita, o aumento do imposto contribui para a saúde pública.
Cheng KJG, Estrada MAG. Cost-effectiveness analysis of the 2019 cigarette excise tax reform in the Philippines. Prev Med. 2021 Apr;145:106431. doi: 10.1016/j.ypmed.2021.106431. Epub 2021 Jan 22. PMID: 33493524.
A tabela abaixo compara os impactos financeiros relacionados ao tabagismo em duas perspectivas diferentes: Pagador Público (governos ou sistemas de saúde pública) e Perspectiva Social (que inclui tanto o setor público quanto os custos indiretos, como perda de produtividade).
Considerar os custos financeiros do tabagismo pode ser uma motivação adicional para parar de fumar e aproveitar os benefícios tanto para sua saúde quanto para suas finanças. Além disso, ao calcular quanto você pode economizar ao parar de fumar, você pode se surpreender com a quantidade de dinheiro que poderá acumular ao longo do tempo.
De acordo com a ANVISA, um cigarro industrial pode ter no máximo 1 mg de nicotina por cigarro. Se considerarmos as marcas famosas de vape :
Ignite:
50 mg/ml de nicotina (5%)
5.1 ml de líquido de sal de nicotina ( nicsalt)
50 x 5.1 = 255 mg de nicotina
Se dividirmos isso por 20 ( que equivale a quantidade de nicotina de 1 maço de cigarro autorizados pela ANVISA), temos 12,75 maços de cigarro.
1 carga de Ignite equivale a 12,75 maços de cigarro ou 255 cigarros
Efbar:
50 mg/ml de nicotina (5%)
11.1 ml de líquido de sal de nicotina ( nicsalt)
50 x 11.1 = 555 mg de nicotina
1 carga de Elfbar equivale a 27,75 maços de cigarro ou 555 cigarros
O vaping de CBD induz uma resposta inflamatória potente e leva a mais alterações patológicas associadas a lesões pulmonares do que o vaping de nicotina. Esses resultados sugerem que as consequências para a saúde respiratória do vaping de CBD podem ser mais graves do que as do vaping de nicotina.
O vaping de CBD induz um ambiente microinflamatório nos pulmões, resultando em acúmulo significativo de células imunológicas inflamatórias com atividade aumentada de fatores de dano tecidual como MPO e NE, levando à indução de lesão pulmonar, possivelmente através de processos que incluem estresse oxidativo.
Em resumo, o vaping de CBD pode ser mais prejudicial à saúde pulmonar do que o vaping de nicotina, podendo agravar doenças pulmonares existentes e aumentar o risco de infecções respiratórias.
Bhat TA, Kalathil SG, Goniewicz ML, Hutson A, Thanavala Y. Not all vaping is the same: differential pulmonary effects of vaping cannabidiol versus nicotine. Thorax. 2023 Sep;78(9):922-932. doi: 10.1136/thorax-2022-218743. Epub 2023 Feb 23. PMID: 36823163; PMCID: PMC10447384.